Vinho: sabor a mais de 80 anos

A história do vinho na Família Rossi vem juntamente com a imigração trentina do final do século XIX. Candido Pintarelli, nascido em Pérgine Valsugana – Província de Trento, Itália, trouxe juntamente com a bagagem as primeiras mudas de uva, e que mais tarde passou para seus filhos, seu netos sucessivamente.
Julio Rossi debaixo da sua parreira no Rib. Sabiá em Presidente Getúlio na década de 1930.
A história do vinho na família Rossi é igualmente antiga como a chegada dos primeiros desbravadores no alto vale, e em particular no Ribeirão Sabiá, localidade de Presidente Getúlio onde chegaram os primeiros membros da família Rossi em Presidente Getúlio.
Ainda no Pico, localidade de Rodeio, Fortunata Pintarelli, filha de Candido, casou-se com Primo Rossi. Ela era a “raiz cultural” da produção de vinho. Seus filhos quando saíram daquela localidade, trouxeram para o alto vale as primeiras mudas. Julio Rossi, filho de Fortunata e Primo, antes mesmo de casar já possuía uma frondosa parreira de uva e fazia seu vinho na localidade de Ribeirão Sabiá, em Presidente Getúlio.
               Em nenhum ano, nem mesmo quando as intempéries da natureza prejudicavam a produção, Júlio não deixava de produzir seu vinho. A história cronológica, começa no final do ano de 1875, quando Candido chega ao Brasil com as primeiras mudas de uva. Tem-se poucas informações sobre o período que compreende a chegada até 1920, ano que Júlio Rossi chega a localidade de Ribeirão Sabiá, mas sabe-se que a partir daquele ano, o vinho foi sempre uma constante em sua vida.
                A produção consistia mais ou menos no seguinte: Após a colheita, a uva era passada pela máquina cuja função é “quebrar” a casca da uva, pondo em contato casca e suco. Após aproximadamente um dia, o mosto – aquela mistura casca, poupa, semente – começa a fermentar pela ação das leveduras naturais que ficam ao redor da casca. A antiga receita, ainda diz que é necessário adicionar 3% de açúcar, em relação ao peso total da uva.
               Assim foi, até que Júlio, não podendo mais podar uva, ficava sentado debaixo do parreiral com a bengala, ensinando sua filha, Zebina, essa bela arte. Sua filha, casada com Mario Schafer, um “alemão” de origem, continuou na propriedade e logo seu esposo pegou gosto pela “arte da uva”, assimilando assim a arte de produzir uva e fazer vinho.
               Hoje, a cantina de propriedade da Família Rossi Schafer, fabrica mais de 3.000 garrafas/ano, sendo a arte do vinho de minha responsabilidade.
Na propriedade hoje, existem cerca de 7 variedades de uvas, sendo que três dessas variedades foram trazidas do  Ribeirão sabiá, que por sua vez foram trazidas da localidade do Pico, município de Rodeio.
Uvas da propriedade atual.

                No atual processo, exitem algumas diferenças entre a antiga forma da fabricação de vinho para a atual utilizada. Na atual, não é mais seguido aqueles "3 %" e sim um equipamento que mede os graus de açúcar: o mostímetro, e a partir dos graus sinalizados por esse “termômetro” é adicionado mais açúcar ou menos açúcar. o mais interessante disso é que muitas vezes é igualado aos 3 por cento da receita original.
Outra diferença é a utilização do inox, porem ainda existem os garrafões de vidro e os barris de madeira, e o processo de moagem ainda é o mesmo, manualmente. De todo o vinho produzido pela propriedade, a maior parte vem dos vinhedos próprios, sendo que uma parte é adquirida no município, e outra é proveniente do Rio Grande do Sul.
garrafões de vidro antigos ainda utilizados para armazenar o vinho.
            Existem três tipos de vinho básicos feitos pela Família Rossi Schäfer, o Tinto comum, o branco e o bordô. Cada um desses vinhos por sua vez são classificados em seco e suave, (com exceção do bordô, mantemos todo o estoque como vinho seco)  porém o mais importante é que o tinto comum, é ainda produzido com as mesmas características do vinho produzido no início da colonização, pois é feito a partir da mistura de várias uvas tintas e brancas, característica adquirida muitas vezes pela falta que quantidade de uma uva específica para produzir vinho a partir somente daquela qualidade. O vinho branco é produzido a partir de duas qualidades de uva, a Niágara branca e a Guetti e o bordô provém da uva de mesmo nome, também conhecida na região do vale como “terçí”.

Comentários

  1. Show de bola seu blog.Adorei toda a tradição que cerca essa familia .Maravilhosa!
    Gostaria de saber como adquirir um desses antigos garrafões de vidro antigos, devidamente cheio , claro! Forte abraço e muito sucesso a voces!

    Sebastião Fernandes
    oficinaartesgeraes@yahoo.com.br

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